quinta-feira, 22 de março de 2012

Um dia a mais

UM DIA A MAIS
Tão sábio és tu, mundo cruel
A gota do orvalho que teima e molha
é a mesma que zomba dos mortos
Estão cá, elas, secas a fel.

A primavera se foi e deixou frio meu coração
Venham as névoas, os trovões, a escuridão
Pois já me fizeste forte, e não mais nefasto
Sou a cinza relutante da guerra
Sou o carvão do solo já gasto.

Já não sinto amor nem dor
E, em meio a tantos dilúvios
dilacero-me ouvindo a voz da solidão
Cravada nas ruínas de um amargo amor.
(Eder, 20/fev/1998)

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