terça-feira, 14 de junho de 2011

OS ADMIRÁVEIS HOMENS OCOS

                                                    foto retirada do blog: www.formiguinhadaterra.blogspot.com

OS ADMIRÁVEIS HOMENS OCOS

(ao amigo outsider Thiago Puglia)

Assim caminhemos tu e eu, caro Baudelaire
Nunca mais dor, nunca mais amor – bradou o corvo
O sol se levanta para o ingênuo e para o ladrão
... e cuspirá o seu fogo o grande dragão
E tragará todos os náufragos o Levietã
E impávida ressurgirá e Estrela da Manhã.
E as almas dos homens purificados brilharão
E as almas dos homens sujos se calarão
Desesperados e confusos se prostrarão.


Bradock  não poderá vos salvar
ficou seduzido pelas tietes em Saigon.
Demasiadamente nauseabundo Kerouac vos descreve
                             nas páginas soltas dos subterrâneos
                                onde lhes restará apenas lamentações.
 
Vagantes e vazios os admiráveis homens ocos
estão a me olhar, selvagens e loucos
suas almas já não têm mais serventia
servirão a um deus, fruto de poligamia.
 

Em uma vã religião
Seguindo cegamente para uma excentricidade doentia
Os cães ladram ao encontro de seus donos inúteis
Onde o domínio foi trocado por um prato de lentilha.

(por Eder Silva, abril de 2010)

Um comentário:

  1. Muito bom! Você conseguiu captar um olhar muito peculiar do homem "oco"! Grande abraço!

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