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quinta-feira, 16 de junho de 2011

A COVINHA DA MENTIRA


A COVINHA DA MENTIRA

Andava meio distraído pela cidade, quando me deparei com um slogan de hotel que dizia: “Nessa feijoada o principal ingrediente é você!”. Parei, pensei: Ora, a frase pode resumir muito bem o contexto da nossa política tupiniquim*. Vejam só; podemos extrair daí o seguinte raciocínio: ou eles estão nos chamando de porcos, ou eles estão querendo nos comer!

Contrariando a wikipedia, quanto ao termo "tupiniquin" utilizado aqui (risos à parte), peço  desculpas aos leitores pela ironia, pois é necessária para expressar o que realmente quero dizer.

Outro dia conversava com uma querida professora psicóloga, que tanto admiro por seu trabalho. Ela me falou que é muito fácil discernir as mentiras de seu esposo. Ela presta atenção no rosto dele e, quando aparece uma covinha ao redor dos lábios dele, sabe então que se trata de uma mentirinha.

Isso pode ser também comprovado cientificamente, pois na última segunda feira o programa jornalístico CQC fez uma matéria sobre a psicologia da mentira, onde diversas pessoas eram entrevistadas por um profissional que dizia acertadamente quando elas falavam a verdade ou a mentira, baseando-se na referida "covinha"...

Penso que as mulheres são muito mais “assertivas” que nós homens, pelo menos especificamente neste assunto. Não consigo mentir para minha esposa. Não sei se se trata daquele “sexto sentido” das mulheres, ou que ela consegue ler os meus pensamentos ou, ainda, que ela me observa de tal maneira,  conseguindo discernir a minha expressão facial. Bom, deixa pra lá... O que eu quero mesmo dizer é se todos os  brasileiros tivessem a capacidade de localizar nos políticos a “covinha da mentira” ou terem o “sexto sentido” das mulheres, muitas vezes deixariam de acreditar nesse saco de mentiras que nos são descaradamente apresentados a cada campanha eleitoral.

Tentamos compreender a sociologia política, nos esforçando como cidadãos interessados no desenvolvimento humano da nação, mas o que nos sensibiliza são, entrementes, fatores psico-pragmáticos que teimam colocar em xeque ou até mesmo invalidar as teorias, induzindo nossa atenção para a prática, ou seja, para a psicologia do estudo da política.

Difícil é saber até que ponto a teoria ampara a prática, ou vice-versa; não sabemos até que ponto ignoramos a “covinha da mentira” da política ou se preferimos o comodismo à mudanças. Há uma frase: “...quem não desenrola tem medo da responsabilidade”.  Então vivemos enrolados, envoltos numa democracia enlatada e enlutada, ao estilo do feudalismo, onde o poder se concentra nas mãos de poucos que são admirados pela facilidade em contar mentirinhas para os muitos que lhes dão suporte.

É como diz a canção da Legião Urbana:

Sexo verbal
Não faz meu estilo
Palavras são erros
E os erros são seus...

Não quero lembrar
Que eu erro também
Um dia pretendo
Tentar descobrir
Porque é mais forte
Quem sabe mentir
Não quero lembrar
Que eu minto também...
Eu sei! Eu sei!...


E, “enquanto isso, na Sala de Justiça”, os nossos heróis deitam e rolam e riem, cada vez mais alto, da nossa conivência estúpida e estática. Transformarão tudo numa feijoada enlatada, enquanto nós, aqui, permaneçamos deitados eternamente na "cova da mentira"?

* Tupiniquin: são um grupo indígena brasileiro, pertencentes à nação Tupi e que habitam o território atual do município de Aracruz, no norte do Espírito Santo.No uso comum, "tupiniquim" também tem sido usado (embora erroneamente) como metonímia de Brasil ou brasileiro em geral.
Nesse caso, "tupiniquim" é utilizado pelos brasileiros de forma pejorativa em relação a eles próprios e sua mentalidade, significando "pobre, de araque, de terceira categoria", como já denominou Diogo Mainardi.
(retirado da Wikipedia)

Por Eder Silva, 16 jun 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Salário de trabalhador: Contra-cheque ou contra-choque?

Em tonalidades irônicas, e na condição de outsider, ou seja, como alguém que vê a situação de fora, aflijo-me com a situação complexa, para não dizer precária na qual encontra-se a sociedade tupiniquim.

É lamentável um país com tanta riqueza natural e cultural, mas cujos habitantes vivem à mercê de uma política truculenta, um sistema engajado em tornar o povo alienado, mal instruído, enganado por propostas meticulosamente mentirosas, e uma pseudo-democracia já falida há muito...

Infelizmente, muitos brasileiros apreciam o "anti-herói", o político falastrão que vive contando fábulas enquanto o povo fica a dançar nas praças. Pura inversão de valores, o povo torcendo para o malicioso se dar bem! É o mesmo quando a torcida destina-se para que frajola devore o piu-piu; é o mesmo quando se aplaude a gangue de velozes e furiosos escapando da polícia e se dando bem, como "malandros agulha"!  

A situação assemelha-se a alienação contida no livro 1984, de George Orwell, em que a novilíngua, o ministério da verdade, são responsáveis pela distorção de informações.

Tenho saudades dos tempos da série "Anjos da Lei", que conscientizava jovens a suprimir ou amenizar o processo de alienação da juventude, combatendo a criminalidade eficientemente, isto é, cortando o mal na raiz!

Mas no contexto atual, o que resta é um partido político cujos candidatos são pessoas sem credenciais para a função política (andarilhos, palhaços, pedintes, sindicalistas, etc), que inescrupulosamente seus eleitores de "idiotas", pois este termo, cunhado na Antiga Grécia, referia-se àqueles que não participavam da "polis", mas preferiam o conforto da família à formação de ideais políticos visando a justiça social.

Me pergunto, "que país é este"? E inevitavelmente a resposta vem à tona: "...o Brasil é o país do futuro"...

Que o pronunciamento corajoso da professora Amanda Gurgel, do RN, não seja apenas uma voz perdida no deserto, mas a fagulha inicial expressando a indignação para com uma mentalidade política que precisa urgentemente ser rejeitada e extirpada da cartilha dos orçamentos públicos.